10 Nome da Rua, Nome da Cidade
País, CEP555-555-5555myemail@mailservice.com
O primeiro Ciclo de Aceleração da 4Comex está a todo vapor e uma das nossas primeiras empresas aceleradas é a Ship Smart. Na entrevista abaixo, feita com o Rafael Weldo, um dos fundadores da startup, você vai conhecer a Ship Smart, os desafios de empreender, dicas para quem quer se aventurar nessa jornada e um conteúdo incrível sobre e-commerce cross-border.
[Juliana Feitosa] Conte para os nossos leitores o que é a ShipSmart?
[Rafael Weldo] A ideia central da nossa startup surgiu de uma grande dor dos varejistas do comércio online brasileiro: vender seus produtos para o mundo todo através do seu e-commerce.
Nossa proposta central é oferecer para o nosso mercado a possibilidade de enviar documentos e pacotes para o exterior de forma simples e com transparência, seja uma pessoa física, um pequeno comerciante ou uma grande corporação varejista.
Somos uma plataforma através da qual, uma pessoa ou uma loja de e-commerce pode simular fretes internacionais, entender as regras dos principais mercados globais, calcular taxas e impostos dos produtos nos países destinatários e, de fato, ao realizar uma venda internacional, solicitar o envio das mercadorias.
Tudo isso pode ser feito na nossa plataforma ou através da instalação de API's diretamente na loja online do varejista.
Nosso objetivo é fomentar a exportação, trazendo mais transparência e precisão nesse processo, para que o cliente final saiba o preço que pagará pelo produto e tenha certeza que receberá o que está comprando.
Nossos clientes podem exportar por um preço justo e não precisam se preocupar em levar o produto para algum lugar ou preencher uma série de documentos, tudo é responsabilidade da ShipSmart.
[JF] Quem são as pessoas por trás dessa startup?
[RW] Somos três sonhadores com diferentes vivências e habilidades e é isso que nos faz avançar.
O Gabriel atua como head de desenvolvimento, tem experiência em desenvolvimento por grandes empresas nacionais e internacionais. O Julio está como head operacional, foi executivo de grandes multinacionais e por fim eu, Rafael, estou como head de produto e negócios, sempre atuei na área logística passando pela operação, projetos e vendas de empresas de todos os portes.
[JF] O que é o e-commerce cross-border e qual o tamanho desse mercado?
[RW] Cross-border nada mais é do que a exportação, ou seja, e-commerces que realizam cross-border vendem seus produtos para outros países.
O e-commerce cross-border vem crescendo a passos largos no mundo. De acordo com estudo do PayPal, 70% dos compradores entrevistados de 12 países compraram em sites internacionais em 2018. Esse percentual representa um aumento de 6% em relação ao ano anterior.
Uma segunda pesquisa confirma a evolução. De acordo com números de relatório da DHL veiculado no blog da VTEX, esse mercado será ampliado em 25% até 2020. Com isso, ele alcançará vendas no valor de US$ 900 bilhões no período.
[JF] Na sua visão, por que os empreendedores brasileiros exportam tão pouco?
[RW] Segundo uma pesquisa da FGV encomendada pela CNI com empresas brasileiras em 2018, os maiores entraves estão relacionados a altos custos com tarifas alfandegárias, portos e aeroportos, custos de transportes em todas as pernas do transporte e baixa eficiência governamental para superação de obstáculos.
O ponto aqui, na nossa visão, está relacionado a falta de informação no mercado, muitas vezes o exportador acha que só existe um caminho para se atingir o mercado internacional, que é o caminho da exportação formal, que envolve vários agentes e atravessadores, que pode muitas vezes inviabilizar a entrada em outros mercados para empresas que já atuam no mercado internacional e pior, inviabilizar a entrada de novas empresas. É inadmissível um país da nossa dimensão ter apenas 25 mil empresas que exportam, enquanto temos mais de 20 milhões de empresas ativas no Brasil, a disparidade é enorme.
Existem diversos caminhos para alcançar outros mercados, não necessariamente o convencional, é possível, independente do tamanho da empresa, vender para qualquer lugar do mundo, o e-commerce cross-border pode ser um caminho, ele já é uma realidade em outros países, vide as ações que a Europa vem tomando para facilitar a venda via e-commerce cross-border no seu continente.
A Amazon vendeu em novembro, na ‘Cyber Monday’, mais de 100 milhões de produtos que foram entregues em todas as partes do mundo. O Alibaba no ‘Singles Day’ vendeu mais de USD30 bilhões num único dia e também não se restringiu ao seu quintal.
A venda, cada vez mais frequente, via e-commerce cross-border é mais um movimento que em pouco tempo modificará a forma como fazemos comércio no mundo e já está na hora do mercado varejista brasileiro olhar para fora e usar de todas as ferramentas possíveis para explorar o mercado global e fortificar a sua marca, não focando única e exclusivamente no mercado brasileiro.
A adaptação rápida é fundamental neste processo. Existem empresas hoje que já exploraram o mercado exterior, mas fazem isso da forma convencional e normalmente o mercado escolhido, até para errar menos, é o Americano e o Europeu (neste caso com Portugal como porta de entrada) o investimento é sempre muito elevado e os acionistas nem sempre tem muita paciência para esperar resultados após 10 anos. Sim, 10 longos anos. Esta é uma projeção realista de que quem já fez este movimento.
Os desafios da exportação formal são vários: o destino é único, é preciso realizar o desenvolvimento de distribuidores locais, implantar uma nova operação, ter atenção com a regulação dos produtos, etc. Muitos dizem ser vantajoso pelo preço final, pois o envio de grandes quantidades ajuda a ter um preço mais competitivo, mas normalmente nesta conta só entra o custo do frete, do produto e dos impostos. Se formos adicionar ao custo do produto tudo o que está relacionado a esse processo, ou seja, local físico, regulação, distribuidor, etc, o preço de venda do produto não se torna factível e por isso o custo muda de linha no orçamento e passa a ser considerado investimento, mascarando a realidade e prolongando o tempo de retorno financeiro.
O sentido único é mais um obstáculo no caminho da exportação formal. Porque ele é mais um obstáculo? Pelo seguinte motivo, vamos imaginar um cenário: uma empresa resolve exportar de maneira formal para os EUA. Dá tudo certo e ela resolve ampliar o mercado e vender no México. Tudo o que foi feito para os EUA tem que ser feito novamente para o México. Desenvolvimento de distribuidores, definição de local, regulação de produtos, etc... ou seja, talvez ela tire alguma vantagem logística devido a posição geográfica do México, mas fora isso, todo o restante do esforço se mantém e o prazo de retorno, continua os mesmos 10 anos.
Então, o que os varejistas podem fazer para vender em diversos locais do mundo ao mesmo tempo?
Vamos seguir a linha do exemplo anterior. A empresa acredita que pode vender para o mercado americano. No lugar de construir toda estrutura para ter sua distribuição nos EUA, ela prepara o seu e-commerce para vender para o mundo todo, quando fizer uma venda para os EUA a distribuição é feita através do Brasil.
Vantagens?
Se alguém que mora no México gostar do produto pode comprar, se alguém que mora no Chile gostar do produto pode comprar, se alguém mora na China e gostar do produto pode comprar, ou seja, é possível descobrir e testar novos mercados com baixo investimento (focado principalmente em marketing e branding internacional), e aí sim, com base em projeções reais, fazer todo o investimento numa operação local via exportação formal fará todo o sentido.
Acreditamos que é fundamental a utilização de todas as ferramentas neste novo mercado que está se formando onde cada vez mais será necessária a união do físico e do virtual para ganhar competitividade.
Entendemos que é nossa missão difundir essa visão, e essa oportunidade, para o mercado brasileiro, pois assim cada vez mais empresas irão se atentar aos mercados globais, gerando mais receita e crescimento para os seus negócios e para a economia do nosso país.
[JF] Para quem está pensando em montar uma startup, quais foram os maiores desafios que vocês enfrentaram e qual dica vocês dariam?
[RW] Segundo Paul Graham, fundador da primeira ferramenta que permitia que usuários criassem lojas virtuais lá nos primórdios do e-commerce nos EUA - Viaweb, uma startup precisa fazer algo que várias pessoas desejam e que consiga alcançar todos os clientes potenciais, acreditamos muito nisso e fundamentamos o nosso modelo nesses dois alicerces, uma ideia legal que seja factível de ser executada!
O desafio maior não está na ideia e sim na execução, pois na ideação tudo ainda está no campo da hipótese e por mais que esteja muito bem embasado, não deixa de ser apenas uma ideia, o segredo está em como será a execução e como o empreendedor vai lidar com as várias barreiras, que parecerão intransponíveis. É preciso ter resiliência, capacidade de interpretar as situações, aprender com os erros e se adaptar o mais rápido possível ao cenário que se propõe no momento, se o empreendedor tiver essa capacidade, com certeza será possível atingir os resultados esperados.
[JF] Como está sendo a experiência de vocês com a 4Comex?
[RW] O programa da 4comex tem sido fundamental para impulsionar o desenvolvimento do nosso negócio. Passando por aspectos ligados a estratégia do negócio, abordagens, métodos e apoio a questões cotidianas. É importante estar em um processo de aceleração no mercado que se está inserido, a velocidade e o entendimento são totalmente diferentes.
[JF] Para quem quer conversar com vocês sobre e-commerce cross-border ou mesmo contratar o serviços de vocês, quais são os contatos?
[RW] Podem acessar as nossas redes sociais:
Instagram - @shipsmart_br
LinkedIn - https://www.linkedin.com/company/shipsmartbr/
Facebook - https://www.facebook.com/ShipSmartBR/
Blog da Ship: http://www.shipsmart.com.br/blog/
Ou nos contactar através do email oi@shipsmart.com.br